
O lipedema é uma condição crônica ainda pouco conhecida, mas que afeta a qualidade de vida de muitas mulheres ao redor do mundo.
Nos últimos anos essa doença vem sendo cada vez mais estudada, porém, ainda carece de evidências científicas robustas para suportar os melhores métodos diagnósticos e tratamentos.
Para ajudar a entender melhor essa condição, reunimos 8 tópicos sobre o tema que talvez você não sabia…
Dr. Gilmar Filho – Endocrinologia Integrada com Cuidado e Excelência!
Sou o Dr. Gilmar Filho, endocrinologista com experiência no tratamento de doenças hormonais e metabólicas.

“Minha missão é cuidar de cada paciente de forma personalizada, compreendendo não apenas a doença, mas o indivíduo como um todo. Para mim cada paciente é único.“
Formado em Medicina pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização em Endocrinologia e Metabologia pela mesma instituição, construí minha carreira com base em evidências científicas sólidas e uma profunda empatia pelo ser humano.
Ao longo dos anos, tive o privilégio de acompanhar a evolução de muitos pacientes, ajudando-os a controlar condições complexas como diabetes, distúrbios da tireoide, obesidade, osteoporose, doenças da hipófise e outras disfunções hormonais.
Veja o que os pacientes falam sobre o Dr. Gilmar Filho:

Então vamos lá entender o lipedema…
1) O que é lipedema?
O lipedema é uma desordem crônica do tecido adiposo, caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura nas pernas, coxas, quadris e, em alguns casos, nos braços, que por vezes assume característica inflamatória.
Esse acúmulo é geralmente simétrico, poupando mãos e pés, o que diferencia o lipedema de outras condições.
Apesar de ser uma condição já reconhecida por cientistas desde a década de 1940, somente em 2022 o lipedema foi oficialmente reconhecido como doença pela Organização mundial de Saúde (OMS).
2) Quem é afetado pelo lipedema?
O lipedema afeta quase exclusivamente mulheres, com raros casos em homens.
Geralmente, os primeiros sinais aparecem após eventos hormonais importantes, como a puberdade, gravidez ou menopausa.
Pesquisas mais recentes têm indicado que os hormônios desempenham um papel crucial na origem da doença, no entanto, trata-se de uma condição ainda pouco compreendida.

3) Quais são os sintomas característicos da lipedema?
Além do acúmulo de gordura, o lipedema é caracterizado por:
- dor ao toque
- sensibilidade aumentada
- facilidade para a formação de hematomas
- sensação de peso nas pernas.
Com o tempo, em casos mais graves, a mobilidade pode ser comprometida devido ao acúmulo excessivo de gordura nos membros.
Um sinal marcante da condição são as estruturas nodulares subcutâneas, com textura semelhante a grãos de arroz, que são fundamentais para diferenciar o lipedema de outros quadros clínicos.
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O exame físico minucioso durante uma consulta médica é crucial para identificar esses nódulos e confirmar o diagnóstico.
4) Lipedema não é obesidade!
O lipedema é frequentemente confundido com obesidade, mas trata-se de uma condição distinta.
Enquanto a obesidade está relacionada a um aumento geral da gordura corporal, associando-se fortemente com outras doenças metabólicas, o lipedema é específico para certas regiões do corpo, não parece estar associado a doenças metabólicas.
Além disso, o lipedema não responde bem às dietas com baixa quantidade de calorias e ao exercício com relação a diminuição de gordura nos membros.
Entretando, um estilo de vida ativo e com dieta saudável é sempre recomendável, pois atenuam o grau de inflamação do corpo, melhorando os sintomas e o bem-estar geral.

5) Como é feito o Diagnóstico do Lipedema?
O diagnóstico do lipedema ainda não é consenso no mundo. Classicamente, tem-se como um diagnóstico essencialmente clínico, ou seja, baseado na história do paciente e no exame físico.
No entanto, pesquisas mais recentes sugerem exames de imagem como ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética como eficazes para diagnosticar o aumento do tecido subcutâneo característico do lipedema.
A linfangiografia e a linfocintilografia também vêm se destacando para avaliar vasos linfáticos dilatados frequentemente observados em pacientes com lipedema.
6) O Lipedema é uma doença progressiva
O lipedema tende a ser progressivo, piorando ao longo do tempo se não tratado.
Ele pode evoluir para formas mais severas, onde o acúmulo de gordura e a inflamação prejudicam ainda mais a função dos membros inferiores, levando à imobilidade e à linfedema secundário.
Existem quatro estágios da doença que se relacionam com o grau de gravidade conforme mostrado na figura a seguir.

7) O tratamento do lipedema é multidisciplinar
O tratamento do lipedema requer uma abordagem multidisciplinar, envolvendo endocrinologistas, cirurgiões plásticos, fisioterapeutas e outros profissionais de saúde.
Embora não haja cura, os sintomas podem ser controlados e a progressão da doença pode ser retardada.
8) Da Terapia Conservadora às Opções Cirúrgicas
O tratamento conservador inclui medidas como drenagem linfática manual, uso de meias de compressão, fisioterapia, exercícios físicos específicos.
Um estilo de vida ativo e uma alimentação saudável também são indicados. Essas intervenções ajudam a reduzir o desconforto, o inchaço e a melhorar a qualidade de vida.
Em casos mais avançados, a lipoaspiração específica para o lipedema pode ser considerada. Esse procedimento visa remover o tecido adiposo afetado e melhorar a função e aparência das pernas.
No entanto, é importante que a cirurgia seja realizada por profissionais experientes nessa condição.
Viver com lipedema pode ser emocionalmente desafiador. Muitas pacientes relatam baixa autoestima, ansiedade e depressão.
O suporte psicológico é uma parte fundamental do tratamento, ajudando as pacientes a lidarem com os desafios emocionais da condição.
Se você ou alguém que você conhece apresenta sintomas de lipedema, procurar a ajuda de um especialista é o primeiro passo para o manejo adequado da condição.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem melhorar significativamente a qualidade de vida.
Saiba Mais sobre Lipedema
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