Você já recebeu um exame de sangue com o colesterol elevado e ficou em dúvida sobre o que isso realmente significa?
O colesterol alto é uma doença silenciosa, mas que pode trazer sérias consequências para a saúde se não for tratada de forma adequada.

O que é o colesterol?
O colesterol é uma substância gordurosa presente encontrada no sangue e necessárias para formar todas as células do corpo. Ele também é essencial para a produção de hormônios, vitamina D e ácidos biliares.
No entanto, quando seus níveis estão aumentados — principalmente o LDL (conhecido também conhecido como “colesterol ruim”) — o risco de doenças cardiovasculares como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC) aumenta.
Isso ocorre porque, com o colesterol alto a gordura e outras substâncias inflamatórias podem entrar na parede dos vasos formando as chamas placas de ateroma.
Com o tempo, essa deposição de gordura nos vasos faz com ele fique cada vez mais estreito e propenso a formar coágulos.
Isso faz com que a passagem do sangue por dentro das artérias fique cada vez mais dificultada e, portanto, mais difícil de irrigar os diversos órgãos.
Às vezes, uma placa de ateroma pode se romper e ocasionar a formação de um coágulo no local. Essa formação de coágulo que leva ao infarto e AVC.

Em contrapartida, existe o HDL (também conhecido como “colesterol bom”) que pega colesterol dos vasos e sangue e entrega de volta ao fígado, fazendo a ‘limpeza’ dos vasos.
Por esse motivo, deseja-se níveis mais altos dessa substância no sangue como forma de diminuir o risco cardiovascular.
Na maioria das vezes, um exame de sangue para verificar os níveis de colesterol alto também mede um tipo de gordura no sangue que não é um tipo de colesterol, chamado triglicerídeos.
Ter um nível alto de triglicerídeos também pode aumentar o risco de doenças cardíacas. Fatores de estilo de vida que você pode controlar influenciam os níveis de triglicerídeos.
Dr. Gilmar Filho – Endocrinologia Integrada com Cuidado e Excelência!
Sou o Dr. Gilmar Filho, Endocrinologista com experiência no tratamento de doenças hormonais e metabólicas.

“Minha missão é cuidar de cada paciente de forma personalizada, compreendendo não apenas a doença, mas o indivíduo como um todo. Para mim cada paciente é único.“
Formado em Medicina pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização em Endocrinologia e Metabologia pela mesma instituição, construí minha carreira com base em evidências científicas sólidas e uma profunda empatia pelo ser humano.
Ao longo dos anos, tive o privilégio de acompanhar a evolução de muitos pacientes, ajudando-os a controlar condições complexas como diabetes, distúrbios da tireoide, colesterol alto, disfunções adrenais, obesidade, osteoporose, doenças da hipófise e outras disfunções hormonais.
Veja o que os pacientes falam sobre o Dr. Gilmar Filho:



Por que o colesterol pode aumentar?
Infelizmente alguns fatores que levam ao aumento do colesterol não são modificáveis, como o fator hereditário. Ou seja, são os genes que foram passados a você pelos seus pais e que você possui desde o nascimento.
Porém, outros diversos fatores que podem levar ao aumento do colesterol dependem dos hábitos de vida e, portanto, podem ser evitados caso queira diminuir a probabilidade de ter doenças cardiovasculares. Esses fatores incluem:
- Alimentação rica em gorduras saturadas e gorduras trans – Gorduras saturadas são encontradas em cortes gordurosos de carne e laticínios integrais. Às vezes, gorduras trans são encontradas em salgadinhos ou sobremesas industrializadas.
- Sedentarismo – É bem conhecido que o exercício aumenta o HDL (“colesterol bom”).
- Sobrepeso ou obesidade – Por mecanismos diversos e complexos o excesso de gordura pode piorar o perfil lipídico.
- Tabagismo – O consumo de cigarro causa diminuição do “colesterol bom”.
- Medicamentos – algumas medicações podem alterar o perfil lipídico de forma desfavorável. Por exemplo, o uso de anabolizantes em doses supra fisiológicas (acima do normal para a população) por diminuir o HDL e aumentar o risco cardiovascular.
- Idade – Embora crianças possam ter o colesterol alto, essa condição é muito mias comum em adultos, especialmente a partir dos 40 anos. Com a idade o fígado vai diminuindo sua capacidade de remover o LDL (“colesterol ruim”) do sangue.
- Consumo de álcool – Beber muito álcool pode aumentar o colesterol total. Tente limitar o consumo de álcool a até uma dose por dia para mulheres e até duas doses por dia para homens.

Além disso, doenças como hipotireoidismo, lúpus, diabetes, HIV/AIDS, doença renal crônica, doença hepática crônica, hipercolesterolemia familiar também estão associadas a aumento do colesterol.
Sintomas do colesterol alto
A grande armadilha do colesterol elevado é que ele não apresenta sintomas. Por isso, muitas pessoas só descobrem o problema após exames de rotina ou, infelizmente, após eventos como infarto ou AVC.
Por isso é tão importante fazer os exames de rastreio quando indicado antes que outras doenças relacionadas apareçam.
No entanto, de forma mais rara, alguns sinais podem aparecer no corpo decorrente do acúmulo de lipídeos nas diferentes regiões como mostrado nas figuras abaixo.


Mas, então, quando procurar um Endocrinologista?
O endocrinologista é o médico especialista em distúrbios hormonais e metabólicos, incluindo o controle do colesterol. Você deve considerar uma consulta se:
- Seus exames mostram LDL, colesterol total ou triglicérides elevados
- Você tem histórico familiar de colesterol alto ou doenças cardiovasculares precoces
- Já sofreu infarto, AVC ou possui outras condições como diabetes, hipertensão ou obesidade
- Quer iniciar um plano de prevenção e mudança de estilo de vida
Quando está indicado a dosagem de colesterol de rotina ou como rastreio?
Além das pessoas que apresentam doenças cerebrovasculares como citado anterior (infarto, AVC etc.), recomenda-se a dosagem do colesterol em todos os indivíduos com idade superior a 20 anos.
Deve-se ainda, repeti-los a cada 5 anos, desde que não apareçam novos fatores de risco.
Tradicionalmente, é recomendado a avaliação do colesterol em crianças e adolescentes (2 a 19 anos) cujos parentes de primeiro grau têm histórico de colesterol ou triglicérides elevados.
No entanto, com o aumento da obesidade nessa população, a triagem foi estendida também para os que possuem pressão alta e diabetes.
Quais são os níveis desejáveis de colesterol?
De acordo com a atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemia e Prevenção da aterosclerose de 2017, os valores de referência desejáveis dos lipídeos para adultos com mais de 20 anos são:
- Colesterol total maior que 190 mg/dl
- HDL maior de 40 mg/dl
- Triglicerídeos menor que 175 mg/dl sem jejum ou menor que 150 mg/dl com jejum
Já o LDL dependerá do risco cardiovascular global, o qual deve ser calculado pelo médico durante a consulta que aborde essa doença.
Tratamento e acompanhamento de quem tem colesterol alto

O tratamento do colesterol alto pode incluir medicamentos, que aliados a mudanças no estilo de vida reduzem o risco de infarto e AVC.
A escolha do medicamento depende de fatores como idade, saúde, fatores de risco e possíveis efeitos colaterais.
As principais categorias de medicamentos para colesterol alto são:
- Estatinas: Bloqueiam a produção de colesterol no fígado, reduzindo seus níveis no sangue.
- Inibidores da absorção de colesterol: Diminuem a absorção do colesterol pelo intestino.
- Ácido bempedoico: Age semelhante às estatinas, especialmente indicado quando estas causam efeitos colaterais graves.
- Sequestradores de ácidos biliares: Fazem o fígado utilizar mais colesterol para produzir bile, reduzindo seu nível no sangue.
- Inibidores de PCSK9: Aumentam a absorção hepática do colesterol LDL, indicados especialmente em condições genéticas ou quando outros medicamentos não são suficientes. São administrados por injeções.
Para triglicérides altos, podem ser indicados medicamentos como fibratos, niacina ou ácidos graxos ômega-3.
Porém, niacina tem uso restrito devido ao risco de efeitos adversos como danos hepáticos e AVC. Já os ômega-3 podem interagir com outros medicamentos
O acompanhamento com um endocrinologista permite avaliar o risco cardiovascular global, ajustar a medicação de forma segura e prevenir complicações.
Saiba mais…
O que é a lipoproteína (a) ou Lp(a)?
A lipoproteína (a) ou Lp(a) é uma partícula semelhante ao LDL (colesterol ruim), porém com uma proteína adicional chamada apolipoproteína (a).
Sua função exata não é totalmente compreendida, mas sabe-se que níveis elevados aumentam significativamente o risco cardiovascular, contribuindo para aterosclerose, infarto e AVC.
É determinada geneticamente e seus níveis não mudam muito com dieta ou estilo de vida.
Por isso, pessoas com histórico familiar de doenças cardiovasculares precoces podem precisar dosar Lp(a) para melhor avaliação do risco cardíaco.
Atualmente, não há medicamentos específicos amplamente disponíveis para reduzir a Lp(a), embora algumas terapias emergentes estejam em estudo.
O tratamento atual consiste principalmente em controlar outros fatores de risco cardiovascular, como colesterol LDL, hipertensão, diabetes e hábitos de vida.
Se você tem colesterol elevado ou quer prevenir doenças cardiovasculares, agende uma consulta.
Veja também
https://www.endocrino.org.br/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-o-colesterol-2