
A doença de Addison, também conhecida como insuficiência adrenal, é uma condição rara que ocorre quando o corpo não produz quantidade suficiente de certos hormônios.
Na doença de Addison, as glândulas adrenais produzem pouco cortisol e, frequentemente, também produzem insuficientemente o hormônio aldosterona.
A doença pode afetar qualquer pessoa e representa risco à vida. O tratamento consiste na reposição dos hormônios que estão deficientes.
Dr. Gilmar Filho – Endocrinologia Integrada com Cuidado e Excelência!
Sou o Dr. Gilmar Filho, Endocrinologista com experiência no tratamento de doenças hormonais e metabólicas.

“Minha missão é cuidar de cada paciente de forma personalizada, compreendendo não apenas a doença, mas o indivíduo como um todo. Para mim cada paciente é único.“
Formado em Medicina pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização em Endocrinologia e Metabologia pela mesma instituição, construí minha carreira com base em evidências científicas sólidas e uma profunda empatia pelo ser humano.
Ao longo dos anos, tive o privilégio de acompanhar a evolução de muitos pacientes, ajudando-os a controlar condições complexas como diabetes, distúrbios da tireoide, disfunções adrenais, obesidade, osteoporose, doenças da hipófise e outras disfunções hormonais.
Veja o que os pacientes falam sobre o Dr. Gilmar Filho:


Sintomas de Insuficência adrenal
Os sintomas da doença de Addison geralmente aparecem de forma lenta, ao longo de meses. O progresso pode ser tão gradual que as pessoas afetadas inicialmente ignoram os sinais.
No entanto, eventos estressantes, como doenças, lesões, exercícios ou cirurgias podem agravar os sintomas.
Os sintomas incluem:
- Fadiga intensa
- Perda de peso e redução do apetite
- Escurecimento de áreas da pele
- Pressão arterial baixa, com possibilidade de desmaios
- Desejo intenso por sal
- Baixo nível de açúcar no sangue (hipoglicemia)
- Náusea, diarreia ou vômito
- Dor abdominal
- Dores musculares e articulares
- Irritabilidade
- Depressão
- Perda de pelos corporais ou problemas sexuais em algumas pessoas
O que é Crise Adrenal Aguda (ou Crise Addisoniana)?
Em alguns casos, os sintomas da doença de Addison podem surgir de forma repentina. Por esse motivo, o paciente e pessoas próximas a ele deve estar atentos, pois a insuficiência adrenal aguda pode causar choque, uma condição de risco à vida.
Dessa maneira, deve-se procurar atendimento médico de emergência se apresentar:
- Fraqueza severa
- Confusão mental
- Dor na região lombar ou nas pernas
- Dor abdominal intensa, vômitos e diarreia, que podem causar desidratação
- Perda de consciência ou delírio
- Pressão arterial muito baixa

Quando procurar um médico endocrinologista?
Consulte um médico endocrinologista se apresentar sintomas comuns da doença de Addison, como:
- Escurecimento de áreas da pele
- Perda significativa de líquidos corporais (desidratação)
- Fadiga extrema
- Perda de peso sem causa aparente
- Náusea, vômito ou dores abdominais
- Sensação de tontura ou desmaios
- Desejo excessivo por sal
- Dores musculares ou articulares
Veja também: Entenda o Hipotireoidismo – Dr Gilmar Filho
Causas de doença de Addison
A doença de Addison é causada por danos às glândulas adrenais, localizadas acima dos rins. Essas glândulas fazem parte do sistema endócrino e produzem hormônios que influenciam quase todos os órgãos e tecidos do corpo.
Quando danificadas, elas deixam de produzir cortisol e, frequentemente, aldosterona em quantidades adequadas.
As glândulas adrenais possuem duas partes: a medula, que produz hormônios semelhantes à adrenalina, e o córtex, que fabrica um grupo de hormônios chamados esteroides. Estes incluem:
- Glicocorticoides: tendo como seu principal representante o cortisol, esses hormônios ajudam o corpo a transformar alimentos em energia, regulam a resposta inflamatória do sistema imunológico e auxiliam no enfrentamento do estresse.
- Mineralocorticoides: Incluem a aldosterona, que mantém o equilíbrio de sódio e potássio no corpo, regulando a pressão arterial.
- Andrógenos: Produzidos em pequenas quantidades, esses hormônios sexuais influenciam o desenvolvimento sexual, além de massa muscular, libido e bem-estar em todos os gêneros.
Insuficiência Adrenal Primária
Quando o córtex das glândulas adrenais é danificado, ele não consegue produzir hormônios suficientes, caracterizando a insuficiência adrenal primária.
Geralmente, isso é causado por doenças autoimunes, nas quais o sistema imunológico ataca o próprio corpo. Quem tem doença de Addison tem maior chance de desenvolver outra condição autoimune.
Outras causas de insuficiência adrenal primária incluem:
- Tuberculose.
- Infecções fúngicas nas glândulas adrenais.
- Câncer que se espalha para as glândulas adrenais (metástases).
- Hemorragias nas glândulas adrenais.
- Medicamentos que interferem na produção ou ação dos glicocorticoides, como cetoconazol, etomidato ou mifepristona.
- Tratamentos de câncer com inibidores de checkpoint imunológico.

Insuficiência Adrenal Secundária
A hipófise produz o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), que estimula o córtex adrenal a produzir hormônios. Tumores, inflamações ou cirurgias na hipófise podem levar à redução de ACTH, causando insuficiência adrenal secundária.
Nesta situação, as glândulas adrenais produzem menos glicocorticoides e andrógenos, porém, mantém a produção de aldosterona, uma vez que essa é também controlada pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona.
Dessa forma, os sintomas são similares aos da insuficiência adrenal primária, mas geralmente não incluem escurecimento da pele, desidratação severa ou pressão arterial baixa. A hipoglicemia é mais comum.
Um motivo temporário de insuficiência adrenal secundária é a interrupção abrupta de corticosteroides, como a prednisona, usados para tratar asma ou artrite, sem a redução gradual recomendada.
Fatores de risco para Insuficiência Adrenal
Embora a maioria das pessoas com doença de Addison não apresente fatores de risco, algumas condições podem aumentar a chance de desenvolver a doença:
- Histórico de doenças ou cirurgias que afetam a hipófise ou as glândulas adrenais.
- Alterações genéticas que afetam essas glândulas, como na hiperplasia adrenal congênita.
- Outras condições autoimunes endócrinas, como hipotireoidismo ou diabetes tipo 1.
- Lesão cerebral traumática.
Complicações
- Crise Addisoniana: Em situações de estresse físico, como lesões ou infecções, a produção de cortisol deveria aumentar. Em pessoas com insuficiência adrenal, isso não ocorre, podendo levar a uma crise addisoniana, caracterizada por pressão arterial baixa, hipoglicemia e níveis elevados de potássio, exigindo cuidados médicos imediatos.
- Doenças autoimunes associadas: Pessoas com Addison frequentemente têm outras condições autoimunes.
Prevenção
Embora a doença de Addison não possa ser prevenida, é possível evitar uma crise addisoniana:
- Consulte um endocrinologista se sentir cansaço extremo, fraqueza ou perda de peso inexplicada.
- Caso tenha a doença de Addison, aprenda como ajustar a dose de corticosteroides durante doenças.
- Procure atendimento médico de urgência se estiver muito doente, especialmente com vômitos que impeçam a ingestão do medicamento.
- Apesar de preocupações com efeitos colaterais de hidrocortisona ou prednisona, pessoas com doença de Addison raramente apresentam essas complicações, já que a dose substitui apenas o hormônio ausente.
Acompanhamentos regulares com o médico são importantes para garantir que a dose de corticoide esteja adequada.
Diagnóstico
Para diagnosticar a doença de Addison, deve-se avaliar seu histórico médico e sintomas. Além disso, poderão ser solicitados os seguintes exames:
- Exame de sangue
- Mede os níveis de sódio, potássio, cortisol e hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) no sangue.
- Também pode identificar anticorpos relacionados à forma autoimune da doença de Addison.
- Teste de estimulação com ACTH
- Avalia a capacidade das glândulas adrenais de produzir cortisol.
- O exame mede os níveis de cortisol no sangue antes e depois de uma injeção de ACTH sintético.
- Teste de hipoglicemia induzida por insulina
- Utilizado para investigar se a insuficiência adrenal é secundária, ou seja, causada pela hipófise.
- Consiste em medir os níveis de açúcar no sangue e cortisol após a administração de insulina.
- Exames de imagem
- Tomografia computadorizada (TC) da região abdominal: avalia o tamanho das glândulas adrenais e identifica possíveis alterações ou lesões.
- Ressonância magnética (RM) da hipófise: investiga causas de insuficiência adrenal secundária, como tumores ou inflamações.
Esses exames ajudam a confirmar o diagnóstico e a determinar se a insuficiência adrenal é primária (causada pelas glândulas adrenais) ou secundária (relacionada à hipófise).
Tratamento
O tratamento para a doença de Addison envolve medicamentos para substituir os hormônios esteroides que o corpo não está produzindo em quantidade suficiente. Isso geralmente inclui:
- Terapia de reposição hormonal
- Corticosteroides orais:
- Hidrocortisona (pouco disponível no Brasil), prednisona (ou prednisolona) ou metilprednisolona para substituir o cortisol. Esses medicamentos são administrados em horários específicos para imitar as variações naturais dos níveis de cortisol ao longo do dia.
- Acetato de fludrocortisona: Usado para substituir a aldosterona.
- Corticosteroides orais:
- Suplementação de sal
- É comum precisar de mais sal na dieta, especialmente durante exercícios intensos, em climas quentes ou em casos de problemas digestivos, como diarreia.
- Ajustes em situações de estresse
- Durante períodos de estresse físico, como cirurgias, infecções, exercícios intensos ou doenças leves, o médico pode aumentar temporariamente a dose do medicamento.
- Se ocorrer vômito e os medicamentos orais não puderem ser ingeridos, pode ser necessário usar corticosteroides injetáveis.
Outras recomendações de tratamento
- Cartão e pulseira de alerta médico: Use sempre uma identificação médica que informe a necessidade de cuidados emergenciais específicos. Também carregue um plano de ação escrito.
- Estoque extra de medicamentos: Para evitar interrupções no tratamento, mantenha uma pequena reserva de medicamentos no trabalho e durante viagens.
- Kit de injeção de glicocorticoides: Inclui agulha, seringa e corticosteroides injetáveis para uso em emergências.
- Acompanhamento médico regular: O médico monitorará os níveis hormonais e poderá ajustar doses ou horários de medicação, conforme necessário.
- Check-ups anuais: Visite pelo menos uma vez por ano um especialista em hormônios para avaliar a condição e realizar exames de triagem para outras doenças autoimunes.
Crise Addisoniana
Uma crise addisoniana é uma emergência médica. O tratamento inclui:
- Corticosteroides intravenosos (IV)
- Solução salina para reidratação
- Administração de glicose para corrigir hipoglicemia
Tratamentos futuros potenciais
Pesquisas estão sendo realizadas para desenvolver corticosteroides de liberação retardada, que mimetizem melhor os hormônios naturais do corpo. Estudos também investigam o uso de bombas subcutâneas para administrar doses mais precisas de esteroides.
Famosos com doença de Addison
John F. Kennedy

Sim, o 35º presidente dos EUA tinha Doença de Addison. Kennedy teve muitos problemas de saúde, em seu histórico também estava presente muitas dores no estômago, em novembro de 1943, foi diagnosticado uma úlcera no duodeno.
E, de acordo com “Na Doença e no Poder”, entre 1945 e 1947 teve várias dores de estômago e sintomas como náuseas, vômitos, febre, fadiga e escurecimento da pele. Por fim em 1947, foi diagnosticado com a Doença de Addison e foi internado em Londres, quando já era congressista pelo décimo primeiro distrito de Massachusetts.
Nathan Gafuik

Quando Nathan Gafuik foi diagnosticado com a doença de Addison, aos 15
anos, sua carreira atlética estava decaindo. Mesmo que treinasse duramente com uma das melhores ginastas do Canadá, ele parecia um garoto de 11 anos de idade.
A doença colidiu com sua paixão pela ginástica. Os médicos duvidavam que voltar a competir seria possível. Gafuik, com a ajuda de seus pais, treinador e endocrinologistas, continuou mesmo assim.
“Eu tive que lidar muito com essa carreira, não apenas por estar no nível que eu competi, mas eu tive que lidar muito com o Addison. Isso me fez um lutador, eu acho. Eu Não estou disposto a desistir de muitas situações. Espero que eu possa levar isso para a minha próxima vida. “, disse Gafuik.
A Falácia da “Fadiga Adrenal”: O Que Você Precisa Saber
A “fadiga adrenal” é um termo popularizado em 1998 para descrever uma suposta exaustão das glândulas adrenais causada por estresse crônico, levando a sintomas como fadiga extrema, dificuldade para dormir, ansiedade e desejos por alimentos salgados ou doces.
Apesar de sua ampla difusão em meios alternativos, como naturopatia e medicina funcional, a “fadiga adrenal” não é reconhecida pela comunidade médica e científica como uma condição real.
Pesquisas, incluindo uma revisão publicada no BMC Endocrine Disorders, concluíram que não há evidências que sustentem a existência dessa síndrome. Endocrinologistas explicam que, sob estresse, as adrenais produzem mais cortisol, e não menos, como propõe a teoria.
Além disso, os sintomas atribuídos à “fadiga adrenal” são inespecíficos e podem estar associados a condições reais, como anemia, apneia do sono, diabetes, depressão, ou até mesmo uma dieta inadequada e excesso de estresse.
Embora a “fadiga adrenal” seja um mito, os sintomas relatados por pacientes devem ser levados a sério. Uma avaliação médica cuidadosa é essencial para identificar causas subjacentes e propor tratamentos eficazes baseados em evidências.
Evite diagnósticos sem base científica e busque sempre orientação de especialistas em endocrinologia.